Pelo olhar da Psicologia: Por que as pessoas nos magoam?

Muitas vezes nos questionamos por que determinadas pessoas nos magoam, e ficamos chocados ao perceber que são justamente as pessoas que mais amamos que irão nos ferir. Isso acontece porque apenas aquelas que amamos possuem esse poder. Quando se trata de pessoas por quem não nos importamos tanto, o impacto é leve. Você contará com sua rede de apoio e consigo mesmo para administrar a situação, e a dor será menor, pois não há sentimentos profundos envolvidos.

Quando estranhos dizem algo sobre você, seu instinto é analisar de forma racional, validando ou não o que ouviu. Por exemplo, alguém pode dizer: “Você não é um bom amigo”. Mas ao olhar para sua vida e para todos os que já apoiou, você perceberá que essa pessoa não tem base para afirmar isso. Logo, o que ela diz não fará diferença, porque você conhece a verdade. Porém, quando a crítica vem de uma pessoa específica, em quem você confia e de quem não esperava, a dor é muito mais intensa. Isso vale para tudo!

Agora, aqui está a grande questão da vida: às vezes, as pessoas agem assim de forma intencional, outras vezes, não. Isso ocorre porque o ser humano, por natureza, tende a pensar primeiro em si mesmo antes de considerar os outros.

Sigmund Freud, em sua teoria psicanalítica, afirma que os impulsos humanos estão ligados ao instinto de autopreservação e ao “princípio do prazer”, que orienta o comportamento humano.

A responsabilidade afetiva, tão desejada, precisa ser desenvolvida, pois não é algo inato. Ela surge com as vivências e experiências de cada pessoa. O psicólogo Donald Winnicott fala sobre isso: a maturidade emocional traz o equilíbrio necessário para que possamos exercer empatia pelo outro.

É importante entender que, muitas vezes, o que as pessoas fazem não é necessariamente sobre você, mas sobre elas mesmas. Você pode pensar: “Mas ela fez isso para me machucar.” Pode ser que sim, mas também pode ser algo inconsciente, algo que a pessoa nem percebe que a afeta ao ponto de transferir essa dor para você. Não devemos aceitar todos os comportamentos, mas é essencial avaliar como o outro age conosco e, a partir disso, definir como nos sentimos e como devemos agir em relação a isso.

Na jornada da vida, muitos irão nos machucar. Cabe a nós avaliar até que ponto isso é perdoável e se vale a pena manter o contato, ou se é melhor cortar laços. Da mesma forma que o outro escolhe a si mesmo, você também deve se escolher. E você pode se perguntar: “Qual a diferença entre nós?” A diferença é que você fará essa escolha com consciência, exercitando sua responsabilidade afetiva consigo e com o outro, sem permitir que alguém continue com um comportamento que te prejudique, especialmente quando você já pediu por mudança.

Pessoas confusas machucam outras pessoas. Isso não é sobre você. Sinto muito que você tenha passado por isso, mas sempre será sobre o outro e suas próprias questões, assim como será no caso de você magoar alguém.

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