Reflexão essa melancólica ou não?

Ela estava sempre vagando, buscando mais e mais, até que se deparou pensando: por que nunca é suficiente? Alcançamos certas coisas e ainda assim sempre queremos mais, sentimos falta de algo ou de alguém que talvez nem devesse estar lá. A doença do século é pensar demais, sofrer demais, buscar demais… e, ao fazer isso, perdemos um pouco de tudo. É triste.


Ela se pergunta se aproveitou o suficiente os dias da escola ou se, ao invés disso, sofreu em excesso e deixou passar momentos que poderiam ter sido mais leves. Devia ter desfrutado mais da inocência da infância, das amizades que, naquela época, jurava serem eternas, dos abraços apertados, como diria Olaf. O primeiro coração partido, o primeiro amor após ele, as idas à casa dos amigos para trabalhos de escola – será que ela perdeu alguma coisa?


Hoje, com a maturidade adulta, sente que poderia ter feito mais. Mas será que poderia mesmo, considerando que essa mudança de perspectiva só veio com as vivências que o tempo trouxe? Será que aproveitou e estudou o quanto deveria na faculdade? Será que escolheu o curso certo? As noites em claro, o choro por não conseguir dar conta de tudo, o desafio de equilibrar trabalho, estudos e vida pessoal.


O novo amor… Será que ela mostra o suficiente o quanto ele a salvou? Não porque ela não poderia viver sem ele, mas porque, mesmo podendo, não queria. Ele a motivava a ser melhor, e ela esperava que estivesse fazendo o mesmo. O que seria dela, onde estaria, em que trabalho, em que memórias, em que afetos?


O mal é pensar demais, enquanto estamos aqui, no presente, no agora. Nem tudo vai durar ou acontecer como esperamos, e está tudo bem – afinal, somos humanos. A maturidade que temos hoje não será a mesma de amanhã. Mas, principalmente, devemos valorizar o agora, porque tudo realmente tem uma última vez.


Será que ela aproveitou como deveria? Amou? Chorou? Cuidou de si mesma? Viveu? Ou apenas usou algumas pessoas para não se sentir só? Fugiu de amizades que lhe diziam a verdade? Fugiu de oportunidades por medo? Fugiu de si mesma por causa de pensamentos que imaginava que os outros teriam?


A vida é um carrossel que nunca para, até que, um dia, para de fato. E ela sabia exatamente o que isso significava. Então, ela se pergunta: estamos vivendo, falando e fazendo o suficiente?”

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